A
mobilização dos tecido moles é uma manipulação do tecido muscular e conjuntivo que
visa diminuir a dor e é executada pelas mãos do fisioterapeuta (Orsi,
1985) (Seubert &
Veronese, 2008).
Esta
pode ser terapêutica, higiénica ou preventiva. Os efeitos principais da
mobilização dos tecidos moles são:
- Aumento da vascularização;
- Aumenta a quantidade de oxigénio que o músculo recebe;
- Diminui a quantidade de ácido lático e, consequentemente diminui o tempo de recuperação;
- Auxiliam na reabsorção do tecido adiposo;
- Aumento das trocas de nutrientes;
- Aumento do tónus muscular;
- Aumento do relaxamento muscular;
- Diminui o edema.
Indicações:
- Fraturas consolidadas ( é uma contra indicação realizar mtm numa fase aguda);
- Cicatrizes;
- Aderências;
- Edema (não deve ser realizado numa fase aguda);
- Traumatismos do tecido muscular e pele.
Contra-indicações:
- Patologias num estado agudo;
- Inflamações na região abdominal;
- Gravidez;
- Febre;
- Tumores (malignos ou benignos);
- Alterações de pele.
A
direção da execução da mobilização dos tecidos moles deve ser sempre realizada
no sentido da circulação venosa (em direção ao coração).
A pressão exercida nos
tecidos moles depende das técnicas executadas e da tolerância à dor do utente. deve
ser inicialmente leve, passando para forte e, no fim será leve novamente.
A
velocidade e o ritmo realizado depende do tipo de lesão que o utente apresenta
e do efeito que se quer provocar nos tecidos (relaxante movimento lento ou
estimulante movimento rápido).
A duração vai depender da região a tratar sendo
que, se for uma mobilização dos tecidos moles geral este vai demorar entre 40 a
50 minutos e local demora 10 a 25 minutos.
É necessário utilizar algum tipo de
creme e este pode ter algum efeito terapêutico. Deve se ter o cuidado de saber
se o utente tem alguma alergia em relação ao creme utilizado e não deve ter um
cheiro muito forte.
O fisioterapeuta deverá estar numa posição confortável e
correta, unhas curtas, sem mangas, mãos com a temperatura ambiente e não
apresentar relógios, anéis ou pulseiras.
O
utente caso este se apresente em decúbito dorsal deve ter uma almofada da zona
de cabeça, da coluna lombar e joelhos e se apresentar em decúbito ventral deve
estar com uma almofada por baixo dos pés e do peito (se for do sexo feminino).
Existem
inúmeras técnicas da mobilização dos tecidos moles e por essa razão só irá ser
abordado as técnicas aprendidas nas aulas.
1. Effleurage superficial e profunda: na superficial a pressão aplicada é leve e aumenta a vascularização, relaxa o tecido muscular e reduz a excitabilidade das terminações nervosas. Na profunda a pressão é maior que na superficial e provoca aumenta da vascularização, relaxa o tecido muscular. A effleurage pode ser realizada das seguintes formas: duas mãos completamente assentes, mão após mão, costas dos dedos, nós dos dedos, polegares e mão em círculo. O esquema de MTM inicia e acaba com esta técnica e entre cada técnica é intercalada com a effleurage.
2. Petrissage: a pressão realizada é maior que a effleurage e a movimento é de torção. Esta técnica é aumenta a vascularização, reduz as aderências e relaxa o tecido muscular. Pode ser executada de várias formas: tranversalmente, paralelamente, longitudinalmente, região tenar e hipotenar e apenas com os dedos. Normalmente é executada após a effleurage.
3. Tapottement: as mãos do fisioterapeuta realiza contactos curtos e rápidos sendo que pode ser executado com o lado cubital da mão e dedos rígidos, lado cubital da mão de dedos abertos, dedos em leque e mão em concha. Nota: o punho nestas técnicas não deverá estar rígido. O tapottement provoca contrações musculares e aumenta a circulação arterial.
4. Fricção: Nesta técnica os dedos devem estar fixos num ponto (de dor ou contratura) e deve ser “arrastada” até a elasticidade da pele permitir porém, não pode haver deslizamento entre os dedos e a pele. A fricção ajuda na remoção de aderências, localiza o local da dor/lesão, diminui o espasmo muscular. Pode ser executada nas seguintes formas: ponta dos dedos ou indicador, mão sobre mão, nó do polegar, polpa do polegar ou dos dedos, região do olecraneo. Esta técnica pode ser realizada de seguida à effleurage para pesquisar o local exato de lesão ou como técnica principal para tratar.
5. Deslizamento de planos: deslizamento entra a camada muscular e a pele. Diminui as aderências
6. Rolamento de pele: liberta aderências a aumenta a circulação periférica podendo ser realizada superficial ou profundamente.
7. Estremecimento: promove o relaxamento do tecido muscular.
Bibliografia
Cassar, M.P. (2001). Manual de Massagem Terapêutica. São
Paulo, Editora Manole Ltda.
Sem comentários:
Enviar um comentário